sábado, 18 de dezembro de 2010

IMPRESCINDIBILIDADE DA INFORMAÇÃO

Os cearenses receberam com alívio a notícia da prisão de membros de uma quadrilha que agia no Interior, assaltando bancos, casas lotéricas, agências dos Correios e ônibus de turismo. Somente este ano o grupo teria realizado 29 ataques a bancos. A operação contra os bandidos foi comandada pela Polícia Federal e contou com a participação das polícias estaduais.

Evidentemente, ainda não se pode dizer que o Interior já esteja livre desse tipo de ação criminosa, mas esse primeiro golpe constitui-se um recado explícito aos demais marginais sobre a retomada da presença do Estado, numa área onde eles têm encontrado facilidade para agir. O efeito psicológico do tento obtido pelas forças da segurança pública é positivo, tanto sobre os bandidos, intimidando-os, quanto sobre a população, animando-a.


Por diversas vezes, neste espaço, a questão foi abordada, pondo em relevo a cobrança de providências por parte das autoridades públicas. Num dos últimos editoriais dizíamos: “Os relatos indicam que os assaltantes conhecem bem a região em que atuam, visto que as rotas de fuga são bem planejadas. Isso significa, no mínimo, que passam dias na região fazendo o levantamento. Esse dado é importante para a atuação dos serviços de inteligência. (...) é preciso um trabalho de informação, que requer a infiltração no submundo do crime, caso os integrantes sejam da própria região”.

Ora, foi justamente o trabalho dos serviços de inteligência que possibilitaram rastrear a ação dos bandidos e identificá-los, pondo a mão neles antes que realizassem novos atentados. Os marginais agiam com muita violência, e até um cabo da PM, teria sido executado, em Aracati por eles, que também teriam metralhado uma viatura da Polícia em Novo Oriente.

Infelizmente, entre os integrantes da quadrilha, presos, encontram-se policiais militares que atuavam em favor do crime organizado. Se confirmadas as acusações, cabe às autoridades submetê-los a uma punição rigorosa e exemplar, pois se trata de uma traição não apenas à corporação a que servem, mas, principalmente, ao Estado brasileiro e à cidadania. Que este seja o primeiro passo para livrar o Interior do Ceará da investida do crime organizado.

Fonte: Jornal O Povo

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