quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

UMA SENSAÇÃO QUE ENGANA!

Ao   
// Por Avelino Neto

Ao andar pela rua ou enquanto viaja você deve observar qual dos transportes, transita mais rápido. Se o duelo for apenas entre carros e moto, certamente você responderá que é a moto. Não há como não perceber: os motoqueiros de hoje em dia, trafegam por ai em uma velocidade absurda e desnecessária. Ter moto hoje, dar a eles a sensação de se sentir como Alexandre, o grande da mitologia. Transitam como se ninguém estivesse pelo caminho, e desobedecem as leis do trânsito. O resultado deste fator-tríplice é os exorbitantes índices de acidentes de moto.

Não á como esconder: a frota de motos esta crescendo em todo o país. E acompanhado dela, vem um dado alarmante: os índices de acidentes. O índice de acidentes com morte envolvendo motocicletas atingiu quase o dobro em relação à taxa de ocorrências com automóveis. Essa constatação, incluída em um levantamento do Departamento Estadual de 
Trânsito (DETRAN) com base em números do ano passado, preocupa ainda mais os especialistas porque a frota de motos segue crescendo. No final de 2009, chegou a um quinto do total de veículos.  

Outro estudo feito em 2007 mostrou que jovens morrem mais por acidentes com motocicletas do que em atropelamentos, segundo o Ministério da Saúde. Dados do ministério revelam que na metade desta década, houve 2.284 mortes de jovens entre 15 e 24 anos por acidentes com motos, ante 1.219 atropelamentos na mesma faixa etária. Ao enfocar somente os adolescentes (de 10 a 19 anos), o Governo apontou que, em 2004, os acidentes de trânsito já eram a segunda causa de morte entre todas as outras, perdendo apenas para os homicídios.

Qualquer um, nos dias da atualidade, possui uma moto. Você compra em suaves prestações de ate menos de R$ 200,00 e o melhor (pelo menos para quem compra): não é preciso possuir carteira de habilitação. Basta dar ao revendedor, que passa de porta em porta, um comprovante de renda, de residência, RG e CPF. Pronto! Pode pegar sua moto na loja, sem dar ao menos R$ 1 de entrada! Trocando em miúdos: comprar uma moto, esta se tornando mais fácil do que comprar um cigarro!

É incrível, mas é verdade. Os dados foram coletados no ultimo domingo pela reportagem do Jornal O Povo que destinou a sua página de economia a falar somente sobre o assunto. (Uma bela reportagem a qual indico)

Com tantas facilidades assim, não dá para não ser seduzido a comprar uma moto. E ai, a sensação é e anestesia. Subir em cima da sua moto, pegar sua gata, ir para onde quiser e com quem quiser. Mais é aí que mora o problema. Neste vai e vem dentre as várias opções que existem, há de se encontrar algumas pedras no caminho. Pedras revoltantes. Alta velocidade, imprudência, embriaguez. Um coquetel destes três fatores, que fizeram deste ano, ser um dos mais marcantes no que se refere aos números de acidentes de motos.

Acidentes que nos deixam atônitos, e que nos levantam a dúvida sobre uma pergunta: porque tantos?

É simples: por causa de você, se no caso for um motoqueiro ou dono de uma moto qualquer. A moto é sua, a responsabilidade de comprá-la foi sua! E quem tem a escolha de beber e logo em seguida sair pilotando por ai, como um aprendiz de corda bamba, é sua! É sua a maioria das escolhas que desencadeiam os catastróficos números de acidentes. Não adianta levantar a mão pra ninguém e apontar outro culpado. O que o governo ainda poderia fazer ou intensificar, é no que se refere á obrigação de portar uma carteira de habilitação para só então adquirir o veículo. À julgar o caso pelas prefeituras, o absurdo se torna ainda maior: o prefeito de um município no Ceará, deu uma entrevista onde deixa subentendido que não fiscaliza, porque tem medo de perder votos para a próxima eleição, caso pense em se candidatar. É estarrecedor. Em busca do poder, deixa-se de lado a prioridade da qualidade de vida!

OK, outros mais fatores ainda podem ser estudados. Mas, não adianta culpar o governo pela segurança. Se o governo proíbe, o dono do bar embora receba uma multa hoje, amanha volta a vender bebida para quem esta no veículo. E se você for apreendido porque estava bêbado e pilotando, pouco tempo depois ou após uma fiança, estará solto. Ao menos que cometa um crime (e ainda assim, algumas vezes permanece solto mesmo sendo um assassino não sob um revólver, mas sob duas rodas).

Se as leis se tornassem mais rigorosas, o furacão se formaria. Ou você não se lembra de quando fizeram tempestade quando queriam aumentar a data da maioridade penal ou criar penas mais rigorosas para certos crimes, como pena de morte? O Problema se repete, por que ao mesmo tempo em que nos impressionamos e pedimos menos velocidades nas motos e uma fiscalização mais intensa e maciça nas estradas, não aceitamos que as leis tornem-se mais cruéis para este tipo de prática. Precisamos nos acostumar com as penalidades máximas. Afinal, o simples passar de marcha, e curvar o braço para aumentar a velocidade, pode mais a frente, matar um, dois ou inocentes e pessoas totalmente prejudicadas por um possível descontrole.

É um caminho que estamos migrando que não tem volta. É como se fosse uma única escolha. Se escolher uma opção, não poderá voltar mais atrás.

A torcida que fica, é que o Brasil avance. Mas que seja um avanço rigoroso. Que nós nos acostumemos com uma mudança radical. Ou então, as motos continuaram a andar loucas e desgovernadas por ai, e as pessoas continuaram a se despedirem mais cedo de seus colegas e família. É a morte ou o rigor. E então, qual você escolhe?

SAIBA MAIS SOBRE O ASSUNTO LENDO A REPORTAGEM QUE SAIU NO JORNAL "O POVO".

  

AV

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