sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

QUE A BANDA COMEÇE A TOCAR!

Há exato uma semana, na ultima sexta-feira, por tanto, escrevi neste blog, sobre segurança. Este tema, é, sobretudo, de fundamental importância para todos nós, sejamos cearenses, brasileiros ou de qualquer outro país. Expliquei na ultima vez em que escrevi sobre este tem, a porque afinal, que ele nos leva a tantos questionamentos, e porque, por tanto, é tão importante. Hoje, escrevo novamente sobre este tema, trazendo a tona, o restinho da bomba que explodiu na secretaria de segurança pública aqui do estado do Ceará. Antes, contudo, faço uma síncope do artigo anterior.

Decorri sobre a chegada do novo secretário de segurança do estado, e da saída do então antigo, senhor gravatinha Roberto Monteiro. Escrevi sobre uma entrevista que o ex-secretário da pasta deu a um jornal no Ceará admitindo seu fracasso e disse ainda sobre a nova chegada do Coronel José Bezerra. Assim que ele chegou a porta de sua sala, foi recepcionado com um mapa na bandeja: o mapa dos problemas da nossa então incansável segurança. O título do artigo era “será a ressurreição da tranqüilidade?” fazendo uma apologia irônica, se conseguiríamos, com aquele tão famoso carrasco e durão denominado pelos jornais que vinha chegando, com as alas abertas para ele passar, a tranqüilidade de voltarmos a nos sentir seguros. O senhor Cid Gomes teve a proeza de ganhar um novo mandato, por mais quatro anos, e ele, teve a oportunidade de rebobinar a fita de seu ultimo mandato, e ver onde faltava botão na camisa. Viu e pôs um novo homem. Que inciasse o filme e que a mudança vinhesse. Foi sobre justamente isso, e justamente assim que me despedi do publico no ultimo artigo sobre o tema.

Voltando a realidade, é chegada a tão esperada hora do senhor José Bezerra, mostrar á que veio. Explico. Esta semana, estourou uma denúncia sobre um então indisciplinado coronel da PM, bacharel em segurança pública, que ele estaria “vendendo” segurança para vendedores ambulantes de CDs e DVDs piratas. Veja só, eu mal comecei a decorrer sobre a denúncia, e já vêm à tona os escândalos do caso: policial, pago pelo estado, para defender e propagar a tranqüilidade com a segurança que nos desse, estava vendendo ela, por tanto, cobrando propina para fazê-la. E mais: cobrando para fazer de forma ilegal.

Não obstante, o coronel, estava ameaçando de morte à secretária da Regional do Centro de Fortaleza, Luíza Perdigão. É uma lástima.

Agora, denunciado o caso, um questionamento se faz no mínimo necessário. O ex-secretário Roberto Monteiro, já havia denunciado o caso á exato um ano, quando encaminhou ofício no dia 25 de janeiro do ano passado, argumentando sobre o entoa caso. Ele cobrará providencias sobre a milícia montada pelo homem (que ate então, não teve o nome divulgado para não atrapalhar as investigações), mas não havia sido instaurado nenhum procedimento investigativo de inteligência para detectar o crime. Além de não ter havido ação conjunta entre comando da PM e Superintendência da Civil, a apuração na Corregedoria era lenta e sem respostas. Trocando em miúdos: nada, absolutamente nada foi feito. Só agora, com o alarde da imprensa, é que a tartaruga, começará a andar. É como se um carro, sem gasolina, interrompesse o percurso da viagem, e parasse no meio do caminho. E só agora, com a troca de motorista, é que ele começa a andar.

Feito o questionamento necessário, outros ainda restam: pensem, porque, ate então, o próprio Roberto Monteiro, não havia falado nada sobre o caso, tampouco, o posto para andar? Como explicar o fato de que somente após sua saída, ele expõe o fato? Seria porque talvez, ele expusesse também seu fracasso quando ainda estivesse sob comando da bomba? O próprio questionamento por si só, nos leva a outros demais: porque se deixou, não só por parte do ex-secretário, como da própria secretaria, tomasse tais proporções exorbitantes? E ainda: porque mesmo debaixo do próprio nariz, o governador deixa perambular por aí, os vendedores ambulantes que vendem e negociam CDs e DVDs dos mais variados temas no centro de fortaleza, quando tem um ministério (o da cultura) que defende sobre trancos e barrancos e com unhas e dentes, o combate a pirataria? É em suma, inexplicável. Ou vai me dizer que é porque não chega ao seu conhecimento de que a praça do ferreira é cheia de vendedores do tipo? É inegável aceitar uma resposta como esta, uma vez que quando apreenderam uma quantidade assustadora de materiais como do tipo mencionado em uma operação tempo desses no beco da poeira, os policiais que atuavam na ação, se deparam defronte a sua ação, com os vendedores nas calçadas das grandes lojas, atrapalhando ate o tráfego de pessoas vendendo o mesmo tipo de material que eles aprendiam. Tudo do mesmo tipo, á menos de 200 metros dalí !?

O caso das milícias remete a uma investigação digna de ser feita por cautelosos e experientíssimos especialistas no assunto. Foi retratada de forma brilhante no filme Tropa de Elite 2, um filme racional. Completamente diferente do primeiro, visceral.  Quem foi ao cinema, viu que apesar de uma obra de ficção, ela tem seus traços de realidade e se assemelha com a vida real. As milícias matam, põem em cheque a segurança dos moradores em troca de propina e expõe o flagelo olho de investigação do poder publico. E pensando assim, nos talvez possamos nos sentir culpados, e com um pouco de culpa no cartório, haja vista de que somos nos quem elegemos os mais variados tipos de poderes nas urnas, de quatro em quatro anos. Somos eleitores e acima de tudo, os reis do pedaço. Não esqueçamos que somos nos quem mandamos quem rouba  quem não rouba. (apesar de não ser par essa finalidade que vamos às filas nos dias 3 de outubro, esta se caracterizando assim esse nosso esforço)

O problema vem de longe, mas em cada território, os manda-chuvas têm que pôr sua tropa em ponto de batalha. Infelizmente, a hora de saber as perguntas das respostas fica para depois. A hora agora é de por a banda para tocar. O show vai começar, e quem rege a banda é o maestro Coronel Bezerra. Estoura nele, a missão difícil de saber acabar com esse problema, assim quem sabe, veremos se ela será digno de ser preciso com as palavras com tudo o que disse, na entrevista de uma semana atrás sobre o ronda e a própria segurança pública.

Vamos coronel, e vamos logo, antes que a bomba estoure. Assumir a secretaria de segurança é como pegar uma batata quente. E coube ao senhor esta difícil tarefa de por a batata para esfriar. Faça jus a suas palavras e as da imprensa sobre sua pessoa, coronel.
Batuta a postos! Ponha a banda para tocar, rumo a busca pelo nome que lhe pesa: segurança. E show tem que começar, e tem que ser agora! Nós estamos aqui, pagando para ver!

// AVELINO NETO

(E por favor, não nos faça de palhaço: já pagamos muito caro outras vezes para ver a banda tocar e fomos plenamente enganados. Isso é um show, não um circo. E não esqueça: o artista e maestro, é você!)

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