terça-feira, 11 de janeiro de 2011

REALITY SHOWS: QUEM TIVER OLHOS, QUE VEJA!


Estreia hoje, uma da smaiores sensações da TV aberta no brasil, desde 2002: o Big brother Brasil. Um programa tal como uma droga, que vicia, pelo simples fato de proporcionar á você a insesante busca da curiosidade de ver como é o dia-a-dia da vida dos outros. É a mesma sensação de olhar no buraco da fechadura, e espiar a vida alheiia! Mais nem sempre todos são a favor do BBB. A população se divide quando o assunto é o programa:  Uns defendem que ele nos dá a oportunidade de estudar o comportamento tendo como princípio o ócio (você não pode levar relógio para a casa, não pode levar câmera digital nem quaisquer outros aparelhos eletrônicos). Outros dizem, que você não fará mais do que perca de tempo e alimentará seu instinto Voyeur. Pelo sim ou pelo não, vejamos este texto, publicado no CANAL IMPRENSA. Vamos espiar? 

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Eles tratam de moda, aventura, design de interiores, música, sedução, família... A lista é enorme. Só a Endemol, empresa holandesa de produção e distribuição de entretenimento, tem propriedade sobre mais de 400 tipos de reality shows, vendidos para mais de 30 países.

A febre pelo formato não é só nas emissoras americanas, que apenas em uma temporada de 2007, exibiram cerca de 12 reality shows em seus horários nobres. No Brasil, também fomos invadidos por esta onda de programas sem script. Big Brother Brasil, Ídolos, A Fazenda, Supernanny, Hipertensão, Jogo duro, Solitários e Esquadrão da Moda, são alguns exemplos do que tem composto a programação brasileira da TV aberta.

Para quem não sabe, os reality shows são, por definição, programas sem roteiro que não empregam atores e se concentram em imagens de eventos ou situações reais. Analisando de uma maneira mais crítica e profunda: a estrutura dos reality shows, compreende os roteiros como: “uma reunião de diversas maneiras de chamar a atenção do público, tais como a utilização do voyeurismo, a possibilidade de anônimos se tornarem famosos, a utilização de bens simbólicos para a construção do imaginário, a projeção do telespectador na pessoa que está na TV e a realidade transformada em ficção (simulacro)”. Esta última acepção, a idéia do real e o irreal juntos, foi amplamente abordada pelo sociólogo Jean Baudrillard em seu livro Simulacros e Simulações. O filósofo afirma que o paradoxo de “eles viveram como se nós não estivéssemos lá” e ao mesmo tempo “como se estivéssemos lá”, é muito forte. Ao final, “o gozo da simulação microscópica que faz o real passar para o hiper-real”.

Esses argumentos, verdadeiros ou não, têm ajudado a explicar a invasão dos shows de realidade na grade dos canais e, conseqüentemente, nos lares do mundo todo. Sob uma perspectiva mais mercadológica, o jornalista Will Dean, repórter especial de cultura do jornal britânico The Guardian, defende que o fato de eles serem baratos, fáceis de fazer, darem audiência, preenchem espaço na programação das emissoras e se manterem por muitos anos sem mudança de formato ou originalidade, é o que tem alavancado seu crescimento.

Entretenimento ou cultura?
A rede Globo apoderou-se dessas facilidades e em 2002 lançou o Big Brother Brasil. O programa tornou-se bastante popular e já está em direção à 11º edição. No verão de 2005, o reality alcançou seu maior índice de audiência, 47,5 pontos. Mesmo com aceitação comprovada pelas pesquisas, o formato tem gerado discussões acaloradas na web, onde vários internautas classificam a atração como “lixo. O design Valmir Perez, em matéria ao Observatório da Imprensa, qualificou o programa da família Marinho como “besteirol da Globo” e o psicanalista Raymundo de Lima afirmou que estes eram como “drogas que expurgam o pensamento crítico”.

Em defesa dos reality shows, o jornalista Stephen Battaglio, membro do Television Critics Association e editor de negócios da revista americana TV Guide, defende que praticamente tudo que passa na TV pode ser considerado como baixa cultura. Ele argumenta que apesar disso, estes programas interativos, além de entretenimento, se feitos no estilo documentário, podem oferecer um olhar sério em como as pessoas vivem e as tendências de um país.

Em concordância, alguns viciados em reality shows como Big Brother e A Fazenda, defendem o valor “antropológico” da categoria. Para eles, o interessante é perceber como as pessoas normais são e agem, e isto dá a sensação de se estar olhando pelo buraco da fechadura.
E eles ainda arriscam uma previsão: prevê ainda que os arqueólogos do próximo século darão mais valor a programas que, de certa forma, comunicam a realidade do que os que seguem um roteiro pré-estabelecido
Mesmo com seu benefício e contribuição social sob averiguação, o reality show sobreviveu os “paredões” impostos pelas emissoras e encerrou sendo um dos vencedores da disputa, digno de compor a grade de programação da televisão.

Todavia, algumas precauções precisam ser levadas em conta. Segundo o repórter do The Guardian, a idéia de investir em reality TV não pode tomar o lugar de programas mais sérios e densos. “Se por transmitir o Big Brother, por exemplo, o verão inteiro a emissora economizar cinco milhões de reais e reinvestir este dinheiro em programas de qualidade, penso que se deve fazer a troca e usar a TV popular para financiar um bom conteúdo”, avalia. No entanto, se o contrário acontecer, e os canais preencherem sua grade com nada mais que reality shows e o dinheiro servir para cortar orçamentos de outros programas, isso é prejudicial.

Battaglio destaca que os shows de realidade se tornaram parte da televisão e sempre existirão, sejam eles bons ou ruins, “é o jeito que as coisas são”. Que cada um formule sua opinião.

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