quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O ENEM. HÁ O ENEM...

A fama, às vezes atrapalha o nosso propósito em ter algo. Michael Jackson, por ser pedófilo, como muitos dizem, poderia ter sido julgado na calmaria e no jeito tradicional de serem os tribunais americanos contra quem abusa de criancinhas. Mais sua fama colossal, atrapalhou os ventos a seu favor, e choveram outros semelhantes casos, depois que vazou a primeira acusação de que o astro tinha se deitado na cama com uma criança. Ontem mesmo, no artigo que escrevi sobre Julian Assange, o fundador do site WikeLeaks, tentei explicar esse ponto de vista. O homem, que iria ser investigado e julgado por espalhar documentos tidos como secretos, foi ao fim das contas, julgado por outras “atrocidades” como, me veja, ter transado com uma mulher sem camisinha! O foco, havia se perdido. E como fora diagramado no olho da notícia, disse: “Julian Assange, fundador do WikiLeaks, virou provavelmente o primeiro homem caçado pela Interpol por não ter usado camisinha.”. Entendido (caso você tenha lido ou leia o artigo) o caso, partimos para outro assunto com o mesmo sentido, o ENEM.
O Exame Nacional do Ensino Médio iniciou-se em 1998, como quem não queria nada. Era uma simples provinha como outra qualquer, e que tinha como base, avaliar e testar os alunos que estavam no terceiro ano do ensino médio, para o temido vestibular. Depois, foi crescendo, crescendo, e como uma criança, virou adulto. Ou, adolescente que passa por suas complicações? Vejamos! Depois da etapa da prova como outra qualquer, o ENEM tornou-se uma avaliação de peno no histórico escolar dos alunos que estavam prestes a entrar na faculdade. Avançou tanto que, chegou a ser adotado por algumas instituições como método para ingresso nas instituições de ensino superior. Ou seja, com a faculdade que adotasse o ENEM, o aluno não fazia prova de vestibular. O ENEM era o vestibular! Se tirasse uma boa pontuação e chegasse a uma boa colocação no exame, era mesmo que ter passado no vestibular! 

O ENEM avançou e continua avançando ainda, veja: o ministro da educação anunciou que o ENEM agora será usado como critério para o aluno que queira recorrer ao FIES (aquele programa de bolsa, que financia os estudos de alunos declarados como de baixa renda em instituições particulares, e que depois de conseguirem um emprego, quitam o que o governo pagou para você nos seus anos de curso). Mais aí, vinheram os problemas. No ano de 2009, roubaram um exemplar da gráfica de onde imprimia-se as provas para serem distribuídas para todo o Brasil. (cabe aqui um detalhe, porque deve ele ser questionado, uma vez que tem tudo a ver com o blog. A gráfica que venceu a licitação para impressão das provas do ENEM no ano passado, é a mesma que imprime os exemplares do jornal Folha de São Paulo, de longe, um dos maiores adversários na imprensa do governo Lula. E ai, juntou as peças? Não é nenhuma afirmação, é só um questionamento...). E para completar, veio às provas com gabaritos errados este ano. A famosa cor amarela, que representa esperança, este ano representou decepção para vários estudantes. Nela, vinheram faltando ate quinze questões em alguns casos (“José Guilherme disse que a prova amarela que recebeu no dia 6 de novembro faltava 15 questões.” Entrevista ao G1, no dia 15.12.2010). Em outros casos, vinheram faltando alternativas a serem marcadas, e em outros mais, faltavam até páginas. A segurança este ano, passada aqueles que supervisionariam e, por conseguinte, assegurariam a segurança dos locais de realização das provas, foi zero! Digo isso, por experiência própria. Como em forma de protesto, pedi para ir ao banheiro duas vezes no dia em que realizei a prova. Nas duas vezes, ninguém me acompanhou ate o local. Em outra oportunidade, cheguei a atender ao telefone e ate a conversar, propositalmente com uma pessoa, e um fiscal, que viu tudo, nada fez! As únicas palavras que disse foram: “Por favor, guarde isso e eu vou fingir que não vi nada...”. E como se não bastassem os casos de provas erradas, questões mal-digitadas, e falta se segurança, os gabaritos para as respostas da prova, estavam trocados. (na seqüência de questões de ciências da natureza, estava o gabarito para as respostas de ciências humanas, e vice-versa).

E hoje, é o temido dia para 9.500 estudantes de todo o Brasil. Será o dia do Plano B, da segunda chance. Hoje, é o dia da realização das provas do ENEM que vinheram com erros e que foram solicitadas por alunos que solicitaram via-internet esta segunda oportunidade, uma vez que se sentiram lesados. Rezamos, com muita força e determinação para que não venham mais problemas desta vez. Os alunos, sem terem outra oportunidade, foram obrigados a tentar a “sorte” e apostar todas suas fichas nesta segunda prova, haja vista que fazem isto numa época em que os períodos de vestibular já se esgotaram. Ou seja, é o ENEM, ou só ano que vem. 

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Os alunos, sem terem outra oportunidade, foram obrigados a tentar a “sorte” e apostar todas suas fichas nesta segunda prova, haja vista que fazem isto numa época em que os períodos de vestibular já se esgotaram. Ou seja, é o ENEM, ou só ano que vem.  
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Acessando um famoso portal de noticias hoje a tarde, li uma reportagem que me serviu de inspiração para escrever este artigo. Eu nem ia escrever nada hoje. Mais vi lá, o caso de estudantes que foram selecionados para realizarem a prova bem longe de seu território escolar, bem diferente como foi da primeira vez. Uma estudante (coitada!) pegou um ônibus errado, viajou 10 km para chegar ao local de destino, e chegou! Porém, com 4 minutos de atraso. A tolerância foi zero e a chance da sonhadora menina em fazer medicina numa federal, agora, virou planos só para 2011. Certo, convenhamos que o MEC não tem culpa de que os alunos não saibam como chegar ao seu local onde realizariam as provas. Mais tem plena culpa, de ter errado e pisado na bola da primeira vez. Ou melhor, errou desde 2009, e não compadeceu ao seu erro. Desde que a prova ficou visada como o fogo do foguete que lhe levaria com destino a uma Faculdade federal, as irresolutas atrocidades foram-se empurrando com a barriga, como diz aquele jargão grosseiro. É necessário mesmo despertar para a realidade e ver a importância que o ENEM tem. Não só a importância no sentido de ordem, de que ele serve como isso ou com aquilo. Mais a importância em ser tentado. Olho vivo! Te que ter olho vivo! Caso contrário, vai se tornar um efeito dominó. Cai a primeira peça, e derrubam todas as outras. Aí, fica difícil de contornar a conjuntura. E olhe, que as primeiras duas peças já caíram. Vamos agora, correr para que lá em 2011 o dominó esteja de pé de novo, que o amarelo volte a ser esperança e que a menina citada neste artigo, possa sonhar novamente a ser medica em uma universidade federal. Sorte e alerta! Que liguem a sirene!
E cabe antes de terminar, um ultimo questionamento: sobre as provas deste ano que vinheram com erros. Nos mesmos dormimos no ponto talvez, antes de analisar o que teria acontecido nos bastidores das coisas. Você percebeu, que entre os mais de 4 milhões que fizeram o ENEM, apenas 9.500 estão fazendo novas provas porque detectaram problemas? Isso porque apenas 20.000 provas tiveram problemas encontrados. Eu me pergunto: como um maquinário moderno, programado para imprimir em seqüência em número X de cadernos de provas, errar somente um número Y? Como poderia? Seria esta máquina tão inteligente ao ponto de, parar a impressão correta entre tantas, e propositalmente dizer: “agora, é hora de imprimir uma errada!” não cabe ai um sério e investigativo questionamento?

Há, e pra terminar, hoje saiu a revista americana Times e a Época. As duas, fazem nessa época do ano uma eleição com pessoas que a jugam como importantes. A americana elegeu Mark Zuckerberg, fundador do site de relacionamentos Facebook, como a pessoa do ano de 2010. E a época, traz na capa Dilma, José Padilha, Eike e... Neimar! O rapaz que esta tentando modificar o futebol? Aquele que quer fazer tudo para mostrar que é o bom? Kkkkkkkkkkk Só pode ser brincadeira! Mas, fazer o que né? Talvez entre para esta edição depois que perdeu aquele gol quando tentou fazer gracinha...

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