segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

DILMA DEFENDE IMPRENSA LIVRE NA CARA DE CHÁVEZ, QUE CENSURA!

Estamos começando 2011. Toda a expectativa nacional se volta para o governo de Dilma Rousseff, a primeira presidente da História do Brasil. Os jornalistas, analistas, cientistas políticos, economistas, sociólogos se dedicam á análise do discurso de posse da presidente, dando ênfase aos compromissos assumidos com o combate à pobreza, a defesa dos direitos humanos, com a educação, a saúde, as reformas política e tributária, estratégias para evitar a volta da inflação e as relações internacionais.

Cremos, na nossa modesta opinião, que todos esses itens são pontos comuns nos discursos de posse de presidentes da República. Temos acompanhado ao longo da nossa experiência de jornalista essa linha de compromissos com as necessidades básicas e essenciais da sociedade brasileira. Dilma não inovou em nada, repetindo inclusive um velho e famoso jargão da retórica política de que, a partir de agora, é a presidente de todos os brasileiros. E não pode ser diferente porque aqui se vive numa democracia  Duvido que possa dizer isso o vice-presidente de Cuba, que compareceu à posse.

Mas uma preocupação, que não tem sido enfatizada pelos analistas, dela ou de quem fez o discurso de Dilma, chamou-nos a atenção. A frase que está escrita lá nos 45 minutos de fala da nova presidente, reafirmando seu compromisso com a liberdade de imprensa e de opinião. “Reafirmo o que disse ao longo da campanha que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”. E melhor ainda foi que ela disse isso na presença do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, conhecido como fechador de rádio, jornais e canais de televisão do seu país por críticas ao seu governo.

Mas o discurso de Dilma, em relação ao item liberdade de imprensa, não ficou apenas nessa frase, que poderia ser o resultado de pura retórica ou de atitude hipócrita com o fim de desarmar os ânimos dos meios de comunicação que têm dado combate a todas as ameaças de censura à imprensa no governo Lula. Dilma elevou o tom de compromisso ao recordar que ela como outros da sua geração que lutaram contra o arbítrio, a censura e a ditadura, não poderiam deixar de ser defensores intransigentes da democracia, dos direitos humanos “como bandeira sagrada de todos os povos”.

A essa disposição, firmada no seu discurso de posse, de defender a imprensa livre, a liberdade de opinião, soma-se um fato concreto. Dilma Rousseff não manteve no seu quadro de ministros o jornalista Franklin Martins, ex-Globo, que se notabilizou no governo Lula como o mentor de todas as ameaças e estratégias para o retorno da censura a imprensa, disfarçado de “controle social dos meios de comunicação”, tentado inclusive aqui no Ceará. Resta agora aguardar as reações de Dilma presidente, quando tiver de lidar não mais com o noticiário louvaminha da festa de posse no Planalto, mas com a crítica, com a denúncia e a cobrança, função natural da oposição e da imprensa livres em toda democracia.


Autor: Wanderley Martins, jornalista do Sistema Jangadeiro de Comunicação

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