segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

NÃO DÁ MAIS PARA SEGURAR


Moro no Brasil, Ceará. E vivo em Fortaleza. Morar é mais passivo. Depende de circunstâncias, oportunidades. Viver é mais na veia. É sangue. É vida.

Por isso, Luizianne Lins não poderia ter escolhido melhor slogan de governo do que o “Fortaleza Bela”. A perspectiva que nossa casa precisa ser bem cuidada. É o lugar que se ama, porque nele se vive. Muito forte o laço que se estabelece com a cidade onde se vive. Tem o padeiro. O motorista. Os vizinhos. As escolas e os meninos chegando e saindo. Nesse clima se constroem laços...


Mas que me desculpe a brava prefeita. Fortaleza está desfigurada. Rabugenta. Suja. Esburacada. Abandonada. Doente.


Sei das inúmeras dificuldades em administrar uma casa tão grande e plena de problemas... Porém, ao longo dos últimos anos, a situação tem se complicado. Piorado. Nós criticávamos a administração Juraci Magalhães por não demonstrar maior sensibilidade com nossa cidade, e, por isso, buscamos uma mudança tão radical.


Mas para onde me viro, com quem converso, há uma profunda decepção. Desilusão. E sinto, igualmente. Claro! A volta dos companheiros ao poder municipal não fez bem à Fortaleza.


Precisamos esclarecer algumas dúvidas. O que está faltando? Por que falta? É verdade que a prefeita não recebe os secretários? Por que eles não falam? Os assessores mais próximos têm dito a verdade à nossa alcaide? Alguém precisa abrir o jogo: a coisa está ruim, senhora prefeita! Há um profundo mal-estar na cidade. Precisamos de mais gerência, de mais presença, de quem mande. Diretrizes.

É verdade que a prefeita só despacha no período da tarde? O que está acontecendo? Até mesmo dificuldades de ordem pessoal. Os contribuintes têm o direito de saber essas coisas elementares.


Sinceramente, não dá para calar. Ontem, andando pela

cidade, tive vergonha. Fortaleza não merece esse tipo de abandono e descaso. É fundamental que se comece um grande mutirão de mobilização comunitária.



Será que ainda há tempo para mudar essa perspectiva?


Autor: Antonio Mourão Cavalcante - Médico, antropólogo e professor universitário

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